Caderno Educativo

A exposição virtual CARNE VIVA propõe refletir sobre o corpo feminino como território político. O corpo aqui é entendido como uma paisagem fluída, onde são gravadas as marcas da história, da cultura e das relações de gênero e poder. A exposição trata desse elemento como linguagem e campo de resistência, através de um conjunto de obras de artistas mulheres, sobre mulheres, conectadas pelo solo paranaense. O projeto tem como objetivo criar uma cartografia afetiva do Paraná vista pela ótica da carne, que pulsa, sangra, sutura e cicatriza. Portanto, o tema central estabelece um diálogo entre o gênero e o território atravessados pela arte, aproximando o corpo da noção de espaço: o corpo como cidade, como terra ou como casa.

O Caderno Educativo da exposição “Carne Viva” busca aproximar o público das artistas, das obras e das ideias presentes na mostra. É voltado para estudantes e professores de arte e demais interessados em compreender o processo criativo, as referências culturais e o contexto social das produções apresentadas.

As obras abordam temas como: o corpo como suporte; o uso dos materiais como debate político; a construção de uma memória coletiva capaz de curar.

A partir desses temas, sugerimos uma bibliografia que poderá lhe oferecer reflexões:

  • Amelia Jones - Body Art: Performing the Subject
    ::: Aborda o corpo como meio expressivo e político nas performances contemporâneas.

  • RoseLee Goldberg - A Arte da Performance: do Futurismo ao Presente
    ::: Traça uma história da performance art, mostrando como o corpo se torna obra.

  • Lygia Clark - Escritos e cartas (em Lygia Clark: Obra-Trajeto)
    ::: Reflexões sobre o corpo como extensão da obra e da experiência sensorial.

  • Helena Katz e Christine Greiner - O Corpo: Pistas para Estudos Indisciplinares
    ::: Um olhar teórico brasileiro sobre o corpo como processo e linguagem.


  • bell hooks - Olhares Negros: Raça e Representação:::Analisa como corpos negros, especialmente femininos, são representados na cultura e como resistem à objetificação.

  • Judith Butler - Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade :::O gênero não é algo que “se é”, mas algo que “se faz”: uma performance repetida e socialmente regulada.

  • Laura Mulvey - Prazer Visual e Cinema Narrativo :::Propõe o conceito de male gaze (olhar masculino): a forma como o cinema e as Artes Visuais estruturam o olhar a partir do desejo e da dominação masculina.


Oficina "Minha Carne"

Sugerimos a seguir o planejamento de uma oficina que pode ser aplicada com turmas de estudantes antes da visita à exposição.

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Público-alvo: estudantes de arte e áreas afins, bem como estudantes da educação básica, a partir de 14 anos.

Duração: 50 minutos.

Objetivo:
Estimular reflexões sobre o corpo como lugar de memória e expressão.

Pergunta motivadora:
O que a minha carne diz sobre o lugar onde vivo?

Materiais: papel kraft, lápis, canetas/marcadores/giz, computador ligado à internet, televisão ou data-show.

Metodologia:

  1. Cada participante desenha o contorno de seu corpo (ou de partes dele, como mãos e rosto) sobre o papel craft coletivo.

  2. Dentro desse contorno, escreve ou desenha lugares do corpo que guardam lembranças e emoções, marcas, cicatrizes.

  3. Depois, em uma roda de conversa, compartilham um aspecto simbólico de seus desenhos

  4. Para finalizar, o grupo realiza uma visita virtual à exposição "Carne Viva" buscando traçar, oralmente, conexões entre seus desenhos e os trabalhos das artistas.

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